Ao extrair um retrato 3×4 de um poema do livro A Retornada, de Laura Erber, cuido para que a força de sua poesia não se disperse na multiplicidade de vozes do seu tempo. Como pinçar algo tênue sendo ao mesmo tempo tão forte? Como trazer ao instantâneo de leitura o flagrante da temporalidade extemporânea de um coma? Como recuperar o mergulho de uma ponte num rio que flui: a linguagem, e o retorno da bela desconhecida com um pequeno peixe seguro entre os dedos?
Quero tentar o exercício crítico de compor um retrato 3×4 do poema “A Retornada” no livro de mesmo nome, publicado em 2017, na medida dos retratos tirados para uma renovação de carteira de identidade, ou por câmera em parque de diversões, nos quais ninguém se reconhece inteiramente. Efeito de retrato do outro que não se é, do que retorna quando se distrai do que, do quem, se é. Retrato que não se prende rigorosamente nem à cronologia autobiográfica nem ao “conjunto da obra”, sendo aberto às “reprises”, retomadas e insistências, intervalo aberto e anfíbio entre o documento e a ficção, a prosa e a poesia, trazendo o componente falho dos biografemas (BARTHES, 2005) como gesto, inflexão sem a preocupação do acabamento explicativo e, sobretudo, ao reconhecer o rompimento das semelhanças, trabalhando uma face do cubo octogonal da vida que se inscreve irrevelada por diversas faces dos diferenciados momentos poemáticos. Poema que fecha sem trancar o livro, provocando estranhamento e ruptura dos conteúdos ou cronologias. Este retrato, quando captado, como um instantâneo aflige o leitor. Como enfrentá-lo?
Laura Erber tem, como traço comum de sua vida artística, estar “em trânsito”. Neste pequeno texto que se quer antes “contagiado” do que analítico, quero percebê-la como uma artista em trânsito. Deslocando-se por práticas e materiais diversos, Erber seria uma renascentista contemporânea: multiartista, poeta e crítica, que também percorre diferentes espaços físicos, imagéticos cujas experiências são incorporadas por mim como citações indeléveis da minha memória. Só por estes aspectos, o retrato artístico de Laura não caberia nunca num singelo 3×4, seria mais um extenso painel, de aspectos diferenciais, composto de citações intertextuais e intratextuais como se fossem variada reescrituras da “poeta”, como novas cicatrizes costuradas sobre histórias antigas, contaminando o leitor que se identifica momentaneamente com novas máscaras para a cotidiana e inesperada feição da vida pelo olhos de Laura. Vida compartilhada, cujas fotos requerem não ter nenhuma fixidez, mas ao contrário, saem meio cegas, meio surdas, em permanente busca por estarem ali presentes onde se está naquele momento, mas de modo fugaz: “a imagem não resvala, espera” quando se pensa alcançá-la. Mas retorna como insistente indagação: “nada é comparado/ a nada”.
O livro A retornada cuja capa, de Caroline Gischewski, lembrou-me um panejamento em dobras como se velasse a visão de um corpo, de um braço, de um rosto, de uma refugiada, transcende o assunto contemporâneo das migrações, ao abrir um leque de questões mais amplas. De onde se migra, para onde se migra? Um corpo em coma migra para onde? O poema é migrante? Foi quando me perguntei: de onde retorna? quem retorna? O que retorrrrrna? De quantos retornos se fez este conjunto de poemas para se tornar livro? Sob o nome da autora, os claros retornos às poetas curtidas em releituras amorosas nas epígrafes, retornos aos seus teóricos e críticos de eleição, retornos às obsessivas reescrituras dos poemas cujo processo de “escrita aberta e infinda” tem o ponto final determinado pela edição, quando o poema se desprende da poeta, quando o poema mergulhado no imaginário caudaloso de seu repertório, vivências, domínio da matéria, vem à tona, retornado, renascido.
Pautada no modo de apresentação do mundo sensível, da imaginação, por meio de uma inteligência (leitura dos instantes fractais) quase cruel em seu distanciamento desafiador, ao mesmo tempo próxima, cálida e irônica, transitando por sequências de imagens cujo frescor e beleza negocia com a interação que o leitor delas fizer (não há controle possível sobre isso), Laura Erber neste livro A retornada coloca-se sempre a favor da invenção, traço constante em suas escolhas existenciais e estéticas. Quem frequenta estes espaços por onde a poesia dela passa, pode aproveitar para participar de uma “mágica ao-vivo”.
Para o flagrante de agora, do poema “A retornada”, seleciono o fragmento VI, punctum sobre o qual me detenho. Nele se inscrevem duas gêmeas xifópagas: a vida e a morte, presentes de forma não inédita, mas no agudo limiar do coma. O poema que jaz também até que me indaga: “Você sabe onde está agora/” (p. 49). Trata de um dos passos (quadros) de uma cena hospitalar (um coma induzido?), quando progressivamente se perde o controle sobre corpo, desejos, subjetividade. O fragmento escolhido empresta materialidade verbal ao esvaziamento deste Eu inflado que dá contornos de indivíduo ao ser vivente, numa espécie de memento moricontemporâneo, convertendo o eu-sustentáculo de uma ontologia, em balão de gás esvaziado, sinistro paroxismo do autodesaparecimento:
VI. algo me pertencia e foi varrido com o lixo tóxico do hospital naquele quarto vazio alguém eu mesma minha carne continua esperando que eu retorne nas cenas finais nos filmes ruins no último instante de um médico ou médica ou enfermeiro ou enfermeira diz “fique conosco” no abismo do leito (o que a morte engole é um ponto) nada geral ou específico nada suficientemente portátil transmissível o contrário de uma experiência? não ensina nada nem fará morrer melhor uma segunda vez é só uma queda dentro da queda das perguntas e tentar dizer de uma morte que não mata (o rosto colado no vidro da carro apenas imagine o mundo sem você) perder a sensação de sentir e o seu sentido. quem flutua pelos corredores brancos? não há silêncio nem mesmo a sua ausência poderá ser dita nenhum intervalo entre perguntar e responder entre pensar e ser a visão é uma película muito fina esticada sobre a carcaça a pele é um vasto olho boiando acima da cabeça dos médicos sendo momentaneamente possível as cartas da perda todas lançadas de uma vez não escrevê-las mas dizer algo na sua esquiva companhia. (ERBER, 2017, p. 48-49)
A singularidade quase vazia, do corpo que se vê como corpo-carne, abandonado espectador e protagonista da cena de teatro ou “filme ruim”, põe o eu em registro agônico, abolindo interior/exterior; subjetivo/objetivo; um ouvido quase mouco, impotente para desencadear respostas, às perguntas que insistentemente lhe são feitas, referências disseminadas e inextrincáveis de vozes que falam dele corpo esperando que volte, que falam com ele corpo, querendo que volte. A poeta cria assim um “exo-lirismo”, à moda do exoesqueleto, distanciado, desencapsulado. A voz narrativa de dentro / fora toma distância de si ao se tornar muito próxima do leitor, eis o trânsito terrorífico do contágio. O fragmento tal como o trago aqui não dá conta nem do livro, nem do movimento do poema como um todo, mas é “parte do todo”, e parece conter a cifra fechada, a inquietante pergunta da poesia (cartada de todas as cartas) de Erber, o poema “não ensina nada nem fará morrer melhor uma segunda vez é só uma queda dentro da queda das perguntas”. Como se sai do coma poético? Que podemos aprender com isso? Que perguntas terei de me fazer depois disso? Logo adiante no fragmento VIII, as perguntas se voltam contra o próprio leitor, figura especulas da voz narrativa: “é tão perigoso falar do que desata?”(p. 49). O pacto é afrontoso. Pathos mortífero. O numeral VIII no poema pode ser 8 que deitado jacente numa cama hospitalar é o número do infinito. O leitor está exposto ao contágio.
Como um osso pode perfazer um esqueleto (disse Pedro Nava) este osso-fragmento assombra o leitor por trazer ao instantâneo de um 3×4 os assombros da convivência das gêmeas xifópagas, as irmãs, a linguagem e a imagem, a vida e a morte, o desmaio e o despertar. Quem retorna, leitor, meu amigo desavisado? Por um momento eu diria: A vida na sua cruel alegria.
* Professora Associada de Literatura Brasileira no Departamento Cult da UERJ. Dedica-se à pesquisa nos seguintes temas: arte & vida, corpo, sexualidade, memória. Autora dos livros Pedro Nava: um homem no limiar (EDUERJ,2001) e Ensaios de Possessão (Irrespiráveis) (Caetés, 2006), Angela Melim por Ana Chiara (EdUERJ,2011), com Artur de Vargas Giorgi, Enxerto para uma vida feliz (Casa Doze, 2012) e do livro de poemas Travessias (2019).
A retornada foi publicado em 2017 pela Relicário. O livro pode ser adquirido aqui.
COSTURAR PARA FORA por Ana Elisa Ribeiro Em algum momento da adolescência, alguém tentou me ensinar a fazer crochê. A lembrança vem vaga, frouxa. Lembro de minha mãe me comprar agulha e linhas, mas também da minha sensação clara de que não levava o menor jeito para a tarefa. Talvez por isso mesmo eu …
LI SEU DIÁRIO por Ana Elisa Ribeiro Não sei mais se era uma agenda ou um diário. Acho que não tinha cadeado. Eu me lembro da capa dura com o desenho do Garfield, que adorava e com quem me solidarizava no ódio às segundas-feiras. Isso passou. Hoje tenho mais horror aos domingos. E, às …
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Retrato 3×4 de um poema: um exercício crítico
Ao extrair um retrato 3×4 de um poema do livro A Retornada, de Laura Erber, cuido para que a força de sua poesia não se disperse na multiplicidade de vozes do seu tempo. Como pinçar algo tênue sendo ao mesmo tempo tão forte? Como trazer ao instantâneo de leitura o flagrante da temporalidade extemporânea de um coma? Como recuperar o mergulho de uma ponte num rio que flui: a linguagem, e o retorno da bela desconhecida com um pequeno peixe seguro entre os dedos?
Quero tentar o exercício crítico de compor um retrato 3×4 do poema “A Retornada” no livro de mesmo nome, publicado em 2017, na medida dos retratos tirados para uma renovação de carteira de identidade, ou por câmera em parque de diversões, nos quais ninguém se reconhece inteiramente. Efeito de retrato do outro que não se é, do que retorna quando se distrai do que, do quem, se é. Retrato que não se prende rigorosamente nem à cronologia autobiográfica nem ao “conjunto da obra”, sendo aberto às “reprises”, retomadas e insistências, intervalo aberto e anfíbio entre o documento e a ficção, a prosa e a poesia, trazendo o componente falho dos biografemas (BARTHES, 2005) como gesto, inflexão sem a preocupação do acabamento explicativo e, sobretudo, ao reconhecer o rompimento das semelhanças, trabalhando uma face do cubo octogonal da vida que se inscreve irrevelada por diversas faces dos diferenciados momentos poemáticos. Poema que fecha sem trancar o livro, provocando estranhamento e ruptura dos conteúdos ou cronologias. Este retrato, quando captado, como um instantâneo aflige o leitor. Como enfrentá-lo?
Laura Erber tem, como traço comum de sua vida artística, estar “em trânsito”. Neste pequeno texto que se quer antes “contagiado” do que analítico, quero percebê-la como uma artista em trânsito. Deslocando-se por práticas e materiais diversos, Erber seria uma renascentista contemporânea: multiartista, poeta e crítica, que também percorre diferentes espaços físicos, imagéticos cujas experiências são incorporadas por mim como citações indeléveis da minha memória. Só por estes aspectos, o retrato artístico de Laura não caberia nunca num singelo 3×4, seria mais um extenso painel, de aspectos diferenciais, composto de citações intertextuais e intratextuais como se fossem variada reescrituras da “poeta”, como novas cicatrizes costuradas sobre histórias antigas, contaminando o leitor que se identifica momentaneamente com novas máscaras para a cotidiana e inesperada feição da vida pelo olhos de Laura. Vida compartilhada, cujas fotos requerem não ter nenhuma fixidez, mas ao contrário, saem meio cegas, meio surdas, em permanente busca por estarem ali presentes onde se está naquele momento, mas de modo fugaz: “a imagem não resvala, espera” quando se pensa alcançá-la. Mas retorna como insistente indagação: “nada é comparado/ a nada”.
O livro A retornada cuja capa, de Caroline Gischewski, lembrou-me um panejamento em dobras como se velasse a visão de um corpo, de um braço, de um rosto, de uma refugiada, transcende o assunto contemporâneo das migrações, ao abrir um leque de questões mais amplas. De onde se migra, para onde se migra? Um corpo em coma migra para onde? O poema é migrante? Foi quando me perguntei: de onde retorna? quem retorna? O que retorrrrrna? De quantos retornos se fez este conjunto de poemas para se tornar livro? Sob o nome da autora, os claros retornos às poetas curtidas em releituras amorosas nas epígrafes, retornos aos seus teóricos e críticos de eleição, retornos às obsessivas reescrituras dos poemas cujo processo de “escrita aberta e infinda” tem o ponto final determinado pela edição, quando o poema se desprende da poeta, quando o poema mergulhado no imaginário caudaloso de seu repertório, vivências, domínio da matéria, vem à tona, retornado, renascido.
Pautada no modo de apresentação do mundo sensível, da imaginação, por meio de uma inteligência (leitura dos instantes fractais) quase cruel em seu distanciamento desafiador, ao mesmo tempo próxima, cálida e irônica, transitando por sequências de imagens cujo frescor e beleza negocia com a interação que o leitor delas fizer (não há controle possível sobre isso), Laura Erber neste livro A retornada coloca-se sempre a favor da invenção, traço constante em suas escolhas existenciais e estéticas. Quem frequenta estes espaços por onde a poesia dela passa, pode aproveitar para participar de uma “mágica ao-vivo”.
Para o flagrante de agora, do poema “A retornada”, seleciono o fragmento VI, punctum sobre o qual me detenho. Nele se inscrevem duas gêmeas xifópagas: a vida e a morte, presentes de forma não inédita, mas no agudo limiar do coma. O poema que jaz também até que me indaga: “Você sabe onde está agora/” (p. 49). Trata de um dos passos (quadros) de uma cena hospitalar (um coma induzido?), quando progressivamente se perde o controle sobre corpo, desejos, subjetividade. O fragmento escolhido empresta materialidade verbal ao esvaziamento deste Eu inflado que dá contornos de indivíduo ao ser vivente, numa espécie de memento mori contemporâneo, convertendo o eu-sustentáculo de uma ontologia, em balão de gás esvaziado, sinistro paroxismo do autodesaparecimento:
VI. algo me pertencia e foi varrido com o lixo tóxico
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carne continua esperando que eu retorne nas cenas finais
nos filmes ruins no último instante de um médico ou médica
ou enfermeiro ou enfermeira diz “fique conosco” no abismo
do leito (o que a morte engole é um ponto) nada geral ou
específico nada suficientemente portátil transmissível o
contrário de uma experiência? não ensina nada nem fará
morrer melhor uma segunda vez é só uma queda dentro da
queda das perguntas e tentar dizer de uma morte que não
mata (o rosto colado no vidro da carro apenas imagine o
mundo sem você) perder a sensação de sentir e o seu
sentido. quem flutua pelos corredores brancos? não há
silêncio nem mesmo a sua ausência poderá ser dita nenhum
intervalo entre perguntar e responder entre pensar e ser a
visão é uma película muito fina esticada sobre a carcaça a
pele é um vasto olho boiando acima da cabeça dos médicos
sendo momentaneamente possível as cartas da perda todas
lançadas de uma vez não escrevê-las mas dizer algo na sua
esquiva companhia. (ERBER, 2017, p. 48-49)
A singularidade quase vazia, do corpo que se vê como corpo-carne, abandonado espectador e protagonista da cena de teatro ou “filme ruim”, põe o eu em registro agônico, abolindo interior/exterior; subjetivo/objetivo; um ouvido quase mouco, impotente para desencadear respostas, às perguntas que insistentemente lhe são feitas, referências disseminadas e inextrincáveis de vozes que falam dele corpo esperando que volte, que falam com ele corpo, querendo que volte. A poeta cria assim um “exo-lirismo”, à moda do exoesqueleto, distanciado, desencapsulado. A voz narrativa de dentro / fora toma distância de si ao se tornar muito próxima do leitor, eis o trânsito terrorífico do contágio. O fragmento tal como o trago aqui não dá conta nem do livro, nem do movimento do poema como um todo, mas é “parte do todo”, e parece conter a cifra fechada, a inquietante pergunta da poesia (cartada de todas as cartas) de Erber, o poema “não ensina nada nem fará morrer melhor uma segunda vez é só uma queda dentro da queda das perguntas”. Como se sai do coma poético? Que podemos aprender com isso? Que perguntas terei de me fazer depois disso? Logo adiante no fragmento VIII, as perguntas se voltam contra o próprio leitor, figura especulas da voz narrativa: “é tão perigoso falar do que desata?”(p. 49). O pacto é afrontoso. Pathos mortífero. O numeral VIII no poema pode ser 8 que deitado jacente numa cama hospitalar é o número do infinito. O leitor está exposto ao contágio.
Como um osso pode perfazer um esqueleto (disse Pedro Nava) este osso-fragmento assombra o leitor por trazer ao instantâneo de um 3×4 os assombros da convivência das gêmeas xifópagas, as irmãs, a linguagem e a imagem, a vida e a morte, o desmaio e o despertar. Quem retorna, leitor, meu amigo desavisado? Por um momento eu diria: A vida na sua cruel alegria.
* Professora Associada de Literatura Brasileira no Departamento Cult da UERJ. Dedica-se à pesquisa nos seguintes temas: arte & vida, corpo, sexualidade, memória. Autora dos livros Pedro Nava: um homem no limiar (EDUERJ,2001) e Ensaios de Possessão (Irrespiráveis) (Caetés, 2006), Angela Melim por Ana Chiara (EdUERJ,2011), com Artur de Vargas Giorgi, Enxerto para uma vida feliz (Casa Doze, 2012) e do livro de poemas Travessias (2019).
A retornada foi publicado em 2017 pela Relicário. O livro pode ser adquirido aqui.
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