O Glossário MinasMundo reúne contribuições de pesquisadoras e pesquisadores integrantes do Projeto MinasMundo e convidados especiais. Embora em sua maioria de autoria individual, os 72 verbetes que o compõem são fruto de um coletivo, marcados pela questão da cultura mineira e o papel do cosmopolitismo.
E por que Minas Gerais? Há vários indícios empíricos de que o cosmopolitismo não apenas se faz presente, como é crucial na definição de sentido nas culturas mineiras. Desde o gesto de Cláudio Manuel da Costa de fazer as musas árcades banharem-se no ribeirão do Carmo; passando pela poesia de Carlos Drummond, a prosa de Guimarães Rosa, a poesia e as traduções de Henriqueta Lisboa, ou mesmo a prosa adolescente de Helena Morley; até a música popular de Milton Nascimento, que cantou “sou do mundo, sou Minas Gerais”. E sem esquecer a importante experiência migratória dos mineiros pelo Brasil e pelo mundo, de suas ciências sociais tão marcadas pela linguagem universalista matemática; de sua impressionante inovação museológica, de que Inhotim é apenas um dos melhores exemplos mais recentes; da racionalidade política de state-makers como Francisco Campos; do cosmopolitismo de suas rebeliões, como a Inconfidência mineira e a linguagem republicana que nela ganha corpo; da problemática inserção negra no quadro da cultura visual nas fotos de Chichico Alkmim; do planejamento urbano de sua atual capital e do próprio Barroco com seus ícones notáveis, como Aleijadinho.