“Experimento aberto: invenções no ensaio e na crítica” reúne textos que transitam entre a crítica literária e a narrativa autobiográfica e apostam na convocação ao experimento que, desde suas origens, caracteriza o ensaio como um gênero bastante receptivo a todo tipo de aventuras formais. O livro também é parte de um projeto maior, que deu origem a um evento acadêmico, e nasce, num parto de gêmeos, com uma outra coletânea, Leituras do contemporâneo: literatura e crítica no Brasil e na Argentina. Por isso, em sua quase totalidade, os autores que assinam os ensaios deste livro são argentinos ou brasileiros que se ocupam, seja como objeto de estudo, seja na prática de experimentação ensaística, do que Alberto Giordano chama de “a escrita do ensaio como ato autobiográfico”.
“Leituras do contemporâneo: literatura e crítica no Brasil e na Argentina” foi pensado em sua contraparte com o livro Experimento aberto: invenções no ensaio e na crítica, para dar conta do que percebemos como um dos traços do contemporâneo muito presente tanto no Brasil quanto na Argentina, esse desborde do texto acadêmico, formas mais experimentais da escrita crítica. Se um dos livros teoriza esses traços do contemporâneo, o outro experimenta. Por isso é pra se ter ambos nas mãos.
Os textos deste livro, ao responderem ao desafio proposto pelos organizadores — análise da produção literária e implicações teóricas e críticas em torno do conceito de contemporâneo — são uma amostragem do interesse crítico em conceituar ou problematizar, dar uma resposta ao que se dá a ler como traço, vestígio ou marca que atravessa a produção do presente.